Estamos no Outubro Rosa, mês de prevenção ao Câncer de mama. Este é o câncer mais comum entre as mulheres, o segundo mais comum no mundo. Somente no Brasil cerca de 50.000 mulheres são diagnosticadas a cada ano. A boa notícia é que a sobrevida tem aumentado, graças às possibilidades de tratamento, mas sobretudo em decorrência do diagnóstico precoce.
De qualquer maneira, como em qualquer outra doença, o melhor a se fazer é previnir. E portanto é essencial conhecer os fatores de risco, para que se possa agir sobre eles. Predisposição genética, primeira menstruação precoce, não ter gestado, primeira gestação acima dos 30 anos de idade, uso de anticoncepcionais orais, menopausa tardia, terapia de reposição hormonal e exposição a radiação são alguns dos fatores de risco mais conhecidos e comentados para o Câncer de mama.x
Mas você sabia que o estresse emocional também pode aumentar o risco para o desenvolvimento de câncer, sobretudo o de mama? É bastante conhecido que o estresse aumenta o nível do hormônio cortisol, que por sua vez diminui a atividade do sistema imune. A ocorrência crônica e/ou intensa de estresse emocional pode perpetuar esse mecanismo, levando a mudanças no DNA da pessoa, suprimindo seu sistema imune, inativando genes supressores de formação tumoral e estimulando a produção de células cancerosas.
Também já é bastante estudado o impacto emocional que o diagnóstico de câncer de mama causa na mulher e na família. A mama tem um simbolismo muito grande para a feminilidade, e não raro sua integridade será afetada com o tratamento. Até 50% das mulheres acometidas por Câncer de mama acabam por desenvolver uma Síndrome Depressiva. Além das mudanças que o diagnóstico e o tratamento trazem para a rotina da pessoa, associados a medo e insegurança, até mesmo alguns agentes terapêuticos (quimioterapia e hormônioterapia) aumentam o risco de desenvolvimento da Depressão.
O tratamento das Síndromes Depressivas é importante em qualquer contexto, e no caso de mulheres em acompanhamento para Câncer de mama está associado a melhor adesão às propostas terapêuticas e consequentemente melhores resultados. O tratamento psiquiátrico requer alguns cuidados extras, pois apenas alguns poucos medicamentos antidepressivos podem ser usados em concomitância à hormonioterapia. Psicoterapia, suporte familiar e social também são importantíssimos.
A Medicina tem avançado muito em termos de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento. Fique atenta à sua saúde, previna-se, e procure ajuda profissional sempre que necessário.
Dr. Vinicius Faria – Psicogeriatra